Mirando a vida com olhar saudoso,
Eu vou seguindo neste velho trem,
Rumo à última estação, trem vagaroso,
Dentro de mim, saudade de alguém.
Tragando no vapor as minhas glórias,
Sua fumaça me invade o coração.
O comboio lotado de memórias,
Leva sem rumo a minha solidão.
Em sua plataforma adormecida,
Onde repousam todos os meus temores,
Repousa ali também a minha vida...
O vazio em meu peito é como um grito.
Eu procuro esquecer as minhas dores,
Do trem ouvindo, ainda, o triste apito.
Arlene Miranda.