Quando pensamos e criamos algo para ser lembrado, devemos registrá-lo, quer seja em uma foto, quer seja em um escrito, pois assim você perpetuará a sua ideia e torna-se-á um Imortal!

Foi o que fiz aqui... Tornei-me imortal!

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Viver por viver



Sigo pela rua a fora
A razão de ser eu não sei
A cidade me devora
Mas a poesia também
Faz a gente jogar fora
Tudo que existe de mal
Não vou me deter agora
Pois viver feliz é normal
Dia de viver por viver
Pouco vale a luz do cristal sem você
Pouco importa o sol da manhã
Se aqui você não está
Se chegar a nossa hora
Abandona o medo do olhar
De amor a gente chora
Mas é o que faz alegrar
Viva e deixe viver
Ouve seu coração
Só viver por viver
Ouve seu coração

Imagens

Imagens do absurdo não se apagam mais, a nova consciência vai se revelar tão diferente na maneira de pensar que a gente reconhece só pelo olhar

A força nasce e cresce em você também, esquece da retórica vazia e vem defender a natureza, o pouco que ainda resta, dizer pra esta gente que a festa acabou.

O homem predador não pensa no que faz, desmata, queima, estraga a vida e quer viver com tanta estupidez e crime no poder, a última esperança não pode morrer!

Que a juventude assuma logo o seu lugar e saiba que o perigo agora é pra valer

Sinta que a indiferença vai doer em sua carne, matar os seus filhos e tudo o que sonhou.

Como aceitar e fingir que não vê? Como calar esse grito que explode em você? Como abafar esse grito tão claro?

O velho jogo sujo não engana mais, a nova consciência vai se rebelar, tão diferente na maneira de pensar que a gente reconhece só pelo olhar.

Claraluz

domingo, 29 de novembro de 2009

Alma lavada

Lavo a alma Lavo a alma bem lavada Lavo a alma Lavo com omo total

Lavo a alma Lavo a alma bem lavada Lavo a alma Escovo e passo fio dental

Enxáguo, esfrego Enxáguo, esfrego Enxugo e passo talco de neném

Quero a alma Quero a alma renovada Lavo a alma Lavo e esfrego com varsol

Quero a alma Quero a alma renovada Lavo a alma Lavo e seco no varal

Enxáguo, esfrego Enxáguo, esfrego Enxugo e passo a ferro muito bem

Alma lavada, alma lavada Dessa vida não se leva nada Dessa vida não se leva nada

Lavo a alma Lavo a alma bem lavada Lavo a alma Lavo com sabão em pó

Lavo a alma Lavo a alma bem lavada Lavo a alma Lavo e esfrego sem ter dó

Enxáguo, esfrego Enxáguo, esfrego Enxugo e passo talco de neném

Quero a alma Quero a alma bem lavada Lavo a alma Lavo e passo pinho sol

Quero a alma Quero a alma renovada Lavo a alma Lavo e seco no quintal

Enxáguo, esfrego Enxáguo, esfrego Enxugo e passo a ferro muito bem

Alma lavada, alma lavada Dessa vida não se leva nada Dessa vida não se leva nada

Verdades

Quando não tiver mais nada, nem chão, nem escada, escudo ou espada, o seu coração acordará.

Quando estiver com tudo, lã, cetim, veludo, espada e escudo sua consciência adormecerá.

E acordará no mesmo lugar do ar até o arterial, no mesmo lar, no mesmo quintal, da alma ao corpo material.

Quando não se tem mais nada, não se perde nada, escudo ou espada, pode ser o que se for, livre do temor.

Quando se acabou com tudo, espada e escudo, forma e conteúdo, já então agora dá, para dar amor.

Amor dará e receberá do ar, pulmão; da lágrima, sal, amor dará e receberá ,da luz, visão do tempo espiral.

E quando não tiver mais nada, nem chão, nem escada, escudo ou espada, o seu coração... Acordará

E acordará no mesmo lugar, do ar até o arterial, no mesmo lar, no mesmo quintal, da alma ao corpo material.

Amor dará e receberá, do braço, mão; da boca, vogal, amor dará e receberá, da morte o seu guia natal.

{nando Reis}

Claraluz

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

O espírito secreto de uma vida




Semente cai, em breve uma raiz de intuição, procura o chão.

Um broto sai, se alimenta de luz, se abre em cor, em folha e flor

Quem poderá explicar O espírito secreto de uma vida...

Dentro dos frutos ela novamente principia em forma de semente e a planta, então, nos dá o que comer, o que vestir, nos perfumar o livro pra escrever, a cama pra deitar, o vinho, o pinho, pra nos alegrar.
Quem poderá explicar...

Mas tudo o que sabemos é tirar.

Nenhuma gratidão habita em nós, fumaça das florestas a queimar, estúpida ilusão é o que nos cega...

Queremos ser a espécie superior e ter o mundo ao nosso dispor, mas sem ouvir o que tenta dizer todo existir ao nosso redor.

Quem poderá explicar...




Claraluz

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

O peso que a gente leva

Olho ao meu redor e descubro que as coisas que quero levar não podem ser levadas. Excedem aos tamanhos permitidos. Já imaginou chegar ao aeroporto carregando o colchão para ser despachado?

As perguntas são muitas... E se eu tiver vontade de ouvir aquela música? E o filme que costumo ver de vez em quando, como se fosse a primeira vez?

Desisto.

Jogo o que posso no espaço delimitado para minha partida e vou.

Vez em quando me recordo de alguma coisa esquecida, ou então, inevitavelmente concluo que mais da metade do que levei não me serviu pra nada.

É nessa hora que descubro que partir é experiência inevitável de sofrer ausências.

E nisso mora o encanto da viagem. Viajar é descobrir o mundo que não temos. É o tempo de sofrer a ausência que nos ajuda a mensurar o valor do mundo que nos pertence.

E então descobrimos o motivo que levou o poeta cantar: “Bom é partir. Bom mesmo é poder voltar!” Ele tinha razão. A partida nos abre os olhos para o que deixamos. A distância nos permite mensurar os espaços deixados. Por isso, partidas e chegadas são instrumentos que nos indicam quem somos, o que amamos e o que é essencial para que a gente continue sendo.

Ao ver o mundo que não é meu, eu me reencontro com desejo de amar ainda mais o meu território. É conseqüência natural que faz o coração querer voltar ao ponto inicial, ao lugar onde tudo começou. É como se a voz identificasse a raiz do grito, o elemento primeiro. Vida e viagens seguem as mesmas regras. Os excessos nos pesam e nos retiram a vontade de viver. Por isso é tão necessário partir. Sair na direção das realidades que nos ausentam. Lugares e pessoas que não pertencem ao contexto de nossas lamúrias... Hospitais, asilos, internatos... Ver o sofrimento de perto, tocar na ferida que não dói na nossa carne, mas que de alguma maneira pode nos humanizar.

Andar na direção do outro é também fazer uma viagem. Mas não leve muita coisa.

Não tenha medo das ausências que sentirá. Ao adentrar o território alheio, quem sabe assim os seus olhos se abram para enxergar de um jeito novo o território que é seu. Não leve os seus pesos. Eles não lhe permitirão encontrar o outro.

Viaje leve, leve, bem leve. Mas se leve.

Texto de Pe. Fábio de Mello
Claraluz

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Os girassóis e nós.


Eles são submissos.
Mas não há sofrimento nesta submissão.
A sabedoria vegetal os conduz a uma forma de seguimento surpreendente. Fidelidade incondicional que os determina no mundo, mas sem escravizá-los.
A lógica é simples. Não há conflito naquele que está no lugar certo, fazendo o que deveria. É regra da vida que não passa pela força do argumento, nem tampouco no aprendizado dos livros.
É força natural que conduz o caule, ordenando e determinando que a rosa realize o giro, toda vez que mudar a direção do Regente.
Estão mergulhados numa forma de saber milenar, regra que a criação fez questão de deixar na memória da espécie. Eles não podem sobreviver sem a força que os ilumina. Por isso, estão entregues aos intermitentes e místicos movimentos de procura. Eles giram e querem o sol. Eles são girassóis.
Deles me aproximo. Penso no meu destino de ser humano. Penso no quanto eu também sou necessitado de voltar-me para uma força regente, absoluta, determinante.
Preciso de Deus.
Se para Ele não me volto corro o risco de me desprender de minha possibilidade de ser feliz. É Nele que meu sentido está todo contido. Ele resguarda o infinito de tudo o que ainda posso ser. Descubro maravilhado. Mas no finito que me envolve posso descobrir o desafio de antecipar no tempo, o que Nele já está realizado.
Então intuo. Deus me dá aos poucos, em partes, dia a dia, em fragmentos.
Eu Dele me recebo, assim como o girassol se recebe do sol, porque não pode sobreviver sem sua luz. A flor condensa, ainda que de forma limitada, porque é criatura, o todo de sua natureza que o sol potencializa.
O mesmo é comigo. O mesmo é com você. Deus é nosso sol, e nós não poderíamos chegar a ser quem somos, em essência, se Nele não colocarmos a direção dos nossos olhos.
Cada vez que o nosso olhar se desvia de sua regência, incorremos no risco de fazer ser o nosso sol, o que na verdade não passa de luz artificial. Substituição desastrosa que chamamos de idolatria. Uma força humana colocada no lugar de Deus.
A vida é o lugar da Revelação divina. É na força da história que descobrimos os rastros do Sagrado. Não há nenhum problema em descobrir nas realidades humanas algumas escadarias que possam nos ajudar a chegar ao céu. Mas não podemos pensar que a escadaria é o lugar definitivo de nossa busca. Parar os nossos olhos no humano que nos fala sobre Deus é o mesmo que distribuir fragmentos de pólvora pelos cômodos de nossa morada. Um risco que não podemos correr.
Tudo o que é humano é frágil, temporário, limitado. Não é ele que pode nos salvar. Ele é apenas um condutor. É depois dele que podemos encontrar o que verdadeiramente importa. Ele, o fundamento de tudo o que nos faz ser o que somos.
Ele, o Criador de toda realidade. Deus trino, onipotente, fonte de toda luz. Sejamos como os girassóis...
Uma coisa é certa. Nós estamos todos num mesmo campo. Há em cada um de nós uma essência que nos orienta para o verdadeiro lugar que precisamos chegar, mas nem sempre realizamos o movimento da procura pela luz.
Sejamos afeitos a este movimento místico, natural. Não prenda os seus olhos no oposto de sua felicidade. Não queira o engano dos artifícios que insistem em distrair a nossa percepção. Não podemos substituir o essencial pelo acidental. É a nossa realização que está em jogo.
Girassol só pode ser feliz se para o Sol estiver orientado. É por isso que eles não perdem tempo com as sombras. Eles já sabem, mas nós precisamos aprender.
Texto de Pe. Fabio de Mello

Claraluz

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Lágrimas de uma mulher

Que mistério pode haver, na lágrima de uma mulher

Quando abre os seus segredos

Que momentos de aflição há no tremor da sua mão

Onde esconde os seus medos

No abandono do teu pranto eu me perdí

Não sabia o que dizer pra consolar

Tive raiva dessas mágoas que puseram em você

Tive pena dos que nunca te puderam conhecer

Eu sinto muito cada dor que te marcou

O que modificou seu jeito de amar

Os estragos improváveis de um carinho de curar

Os escudos invisíveis para um homem penetrar

Claraluz

domingo, 1 de novembro de 2009

Sob o efeito de um olhar

Hoje eu quero a companhia preciosa do amor,

O velho amor,

Roupa leve e colorida como a aura do amor,

O novo amor

A atmosfera limpa como a essência do amor,

O puro amor

E um pôr-de-sol dourado

Que eu conheço quando estou

Apaixonado...

O universo vai se abrir

Sob o efeito de um olhar

Em cada espuma que morreu na areia

Em cada estrela alva que nasceu

Em cada ave que voou

No céu a lua

Especialmente pra nós

A noite feita

Pra sonhar...

Sentindo o vento

Nos acariciar

Em nossa boca

A água e o sal do mar...

{Guilherme Arantes}

Claraluz