Eu adoro flores, não tem como negar.
Cresci no meio delas, com elas, em uma casa que tinha muitos vasos com plantas e muitas delas nos presenteavam com flores.
A casa tinha um coqueiro na frente em um pequeno jardim cercado de trevos de quatro folhas e onze-horas
Lembro de minha mãe com as mãos batizadas pela terra dos vasos, pois determinada época do mês, as terras dos vasos deveriam ser trocadas.
Era uma tarefa maravilhosa e comprometedora, pois eu adorava mexer na terra, com a recomendação de após isso lavar bem as mãos e tomar um belo banho.
Sentia que as plantas, quando limpas de suas folhas murchas e de seus galhos secos, respiravam melhor.
Minha mãe dizia que as flores à noite conversavam entre si e o assunto era sobre novos botões, novos ramos e "como foi depois da poda".
Eu, obviamente, acreditava nisso, eu precisava destes detalhes para enfeitar e completar a minha admiração pelas plantas.
Meu pai dizia que Deus estava ali, em cada planta, cada árvore, enfim na natureza.
Eu acreditava que por detrás de cada árvore tinha um velho homem de barbas brancas nos olhando e protegendo, dando ordens aos anjos para que não nos deixasse fazer bobagens.
Quantas boas lembranças, ainda cultivo muitas delas, preciso delas em meus momentos de reflexões.
Hoje em dia amo as flores mais ainda, elas não mudaram, ainda conversam entre si, respiram um pouco menos que antes, mas nos perdoam por isso!
Gosto das flores plantadas, hoje adotei 3 violetas africanas, são lindas em seu natural, consigo sentir seu perfume, e converso com elas.
Aqui não tenho muito espaço para elas, mas onde posso levá-las, elas estão comigo.
As flores para mim são as lembranças de minha infância, a saudade de minha juventude a fragilidade de minha adolescência, e a realidade de minha vida adulta!
Claraluz
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